Eles variam em suas osmolalidades e, conseqüentemente, em sua composição. Essas diferenças têm o respaldo da legislação.
Abaixo, temos alguns exemplos de rótulos e tabelas com as composições de algumas dessas bebidas:
Repositores Hidroeletrolíticos
Portaria 222 (24/3/1998):
“São produtos farmacêuticos formulados a partir de concentrações variadas de carboidratos, com o objetivo de reposição hídrica e eletrolítica decorrente da prática de atividade física”
“(...) devem apresentar concentrações variadas de Na, Cl e carboidratos.
(...) podem conter K, vitaminas e/ou minerais.”
Reidratantes Orais
Portaria 108 (25/7/1991):
- “Composição dos produtos para reidratação oral (por litro de água)”:
Na: 90 mEq; K: 20-25 mEq; Cl: 80 mEq; Citrato (lactato, acetato ou bicarbonato): 30-25 mEq; glicose: 111mMol”
- “Composição dos produtos para prevenção da desidratação e manutenção da hidratação (por litro de água):
Na: 40-60 mEq; K: 20 mEq; Bicarbonato (ou base correspondente): 1/5 a 1/3 dos ânions, sendo o restante Cl; glicose: 110-140mMol”
Rótulos:
Gatorade:
Marathon:
Tabela 1: Composição de alguns Repositores Hidroeletrolíticos
Tabela 2: Composição de alguns Reidratantes Orais
Tabela 3: Comparação entre Pedialyte e Gatorade
Nesta última tabela é importante notar que nenhuma das bebidas possui a mesma osmolalidade sangüínea (285 mOsm/l).
Mais detalhes, ver post abaixo.
Postado por:
Ana Clarissa Cardoso Peixoto
Marta da Cunha Lobo Souto Maior
7 comentários:
Isto sim é um exemplo de articulação convergente de "saberes". Para falar de "Química de Alimentos", um aluno tem que retroagir no tempo, voltando às disciplinas básicas em Ciências da Saúde, como a FISIOLOGIA, cursada vários semestres atras, mas também precisa ter uma visão prospectiva, focando em cenários profissionais, ainda não vividos. Muito bom o trabalho de vocês. O trabalho sobre Yakult, no Blog de Funcionais... também é um bom exemplo deste exercício pedagógico. Parabens.
O que eu não entendo é se a verdade essas barras dar força para um melhor desempenho em atividades físicas ou simplesmente dá um pouco de calorias para o corpo e nada mais. Porque eu não preciso de nada disso para exercitar. Vou sempre a alguns restaurantes que servem comida saudável. Alimentos de baixa caloria e outros restaurantes em itaim bibi que vendem comida vegetariana. Mas também como carne.
Senti falta de uma explicação mais robusta com relação à legislação e registro desses produtos ditos como repositores eletrolíticos. E se, os mesmos, de acordo com suas composições, realmente exercem o papel de reposição hídrica e eletrolítica.
É interessante observar que a osmolaridade dos compostos é maior que a sanguínea, e consigo enxergar diferentes motivos para isso, sendo o principal deles: a absorção será afetada pelos efeitos de primeira passagem, logo, nem toda composição será devidamente absorvida. Outro ponto importante a se observar, é que os compostos reidratantes orais dizem restituir sais perdidos durante esportes físicos, porém, apesar de conferirem mais carboidratos, principal fonte de energia utilizada pelo corpo, é pobre em minerais que um líquido de simples reidratação possui em demasia. Me pergunto sobre a atual necessidade desses minerais no Pedialyte...
Quando comparamos o Gatorade com alguns soros orais conseguimos observar a diferença gritante das concentrações dos componentes. O gatorade tem as menores concentrações e é dito como um reidratante esportivo, com essas concentrações surgem algumas duvidas. Será que conseguimos mesmo repor algo ou é algo ilusório ? Quanto é realmente necessário para repor após um longo treino ? na legislação conseguimos ver a forma displicente do artigo, que nem considera uma concentração mínima pré-estabelecida para a indústria.
Realmente, como foi comentado pelas autoras do trabalho, nenhuma das bebidas citadas possui osmolalidade igual à osmolalidade sanguínea, e mesmo assim elas são consideradas bebidas isotônicas. O fato é que ela só tem essa capacidade de exercer sua função de isotônico após sua ingestão, através da atração que os eletrólitos exercem sobre a água, atraindo-a para o interior celular. Novamente, a legislação confunde o consumidor, já que a própria água de coco, que é considerada um isotônico natural, é muito superior em minerais. Isso nos faz questionar se, de fato, o produto que compramos possui uma riqueza de minerais adequada para exercer sua função de isotônico ou não.
A RDC 18/2010 atualmente classifica os “repositores hidroeletrolíticos para praticantes de atividade física” como “suplementos hidroeletrolíticos para atletas”. Ainda de acordo com a RDC 18/2010, os suplementos hidroeletrolíticos prontos para consumo devem ter concentração de sódio entre 460 e 1150 mg/l, devendo ser utilizados sais inorgânicos para fins alimentícios como fonte de sódio; a osmolalidade deve ser inferior a 330 mOsm/kg água; os carboidratos podem constituir até 8% (m/v) do produto; pode ser adicionado de vitaminas e minerais; pode ser adicionado de potássio em até 700 mg/l.
Tanto o Gatorade quanto o Pedialyte são vendidos como suplementos hidroeletrolíticos, mas apenas o primeiro vem indicando em sua embalagem que é um suplemento hidroeletrolítico para atletas.
Estes produtos apresentam diferenças em sua composição e até mesmo para a sua recomendação. O Pedialyte apresenta duas versões: a versão Plus, com 45mEq de sódio, recomendado para casos de alterações metabólicas como insolação e febre, e a versão Max, 60mEq de sódio, recomendado para casos de vômitos e diarreias. Enquanto o Gatorade oferta 250mg de sódio, 70mg de potássio e 30g de carboidratos, o Pedialyte Plus oferta 517,5mg de sódio, 350mg de potássio e 12,5g de carboidratos, e o Pedialyte Max oferta 345mg de sódio, 350mg de potássio e 6g de carboidratos.
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